Depois de uma semana intensa de trabalho e de uma escapadinha cansativa em Roma seguiu-se… mais uma semana intensa de trabalho! Desta vez trabalhámos na tarde de quinta-feira, com a recompensa de uma folga na segunda-feira seguinte.
O plano para o fim-de-semana já estava definido previamente e seria uma visita à capital da Tuscania, Florença. O facto de que iamos apanhar uma das maiores cargas de chuva deste ano era nos desconhecido no momento dessa decisão. Também não tivemos sorte com o comboio de sexta-feira que acabou por se atrasar mais de uma hora. De pouco nos serviu encerrar a manhã de trabalho sem tomar banho e levar uma marmita de pesto caseiro do Jordie e da Jasmine.
Chegados à cidade já de noite, não houve tempo (nem paciência) para nada além de ir para o nosso alojamento. Desta vez, escolhemos uma solução diferente: ficar num hostel. Já lá vão uns anos que um de nós passava por essa experiência e pareceu-nos uma excelente opção. Pagámos 100€ para duas pessoas por duas noites num dormitório de quatro pessoas. Não é um preço impressionante para um hostel mas a lista de regalias acabou por compensar bastante: localização perto da estação, cacifos para deixar as malas, eventos e workshops todos os dias e um bar com excelente ambiente. Para além disso, tens direito a descontos no bar (incluindo uma welcome drink!) e um prato de pasta todos os dias! Soube bem passar o final do dia no bar do hostel a aproveitar as ofertas e a beber uns copos.
No dia seguinte, demo-nos finalmente ao luxo de acordar sem alarme e preparar-mo-nos sem grandes pressas. Para almoçar, voltámos ao nosso sítio favorito de paninis (que já tínhamos experimentado em Roma), L’ Antico Vinaio. Realmente, é impossível sair insatisfeito daqui.
Dadas as previsões de chuva, a nossa ideia consistiu em passar grande parte do dia num dos maiores e melhores museus de arte do mundo: Uffizi Gallery. Por ser considerada ainda temporada baixa, pagámos apenas 18€ por um bilhete para este museu juntamente com outras atrações da cidade como o Pitti Palace e os Boboli Gardens (este bilhete custa 36€ durante a temporada alta que começa logo em Março).
À semelhança dos museus do Vaticano, não é preciso ser um grande apreciador de arte para se ficar deslumbrado por uma galeria como esta. Está repleto de obras primas de Boticelli, Leonardo da Vinci, Caravaggio, entre outros mestres do Renascentismo.
Mesmo depois de umas boas horas passadas no museu, a chuva parecia não querer dar tréguas. Isto nem seria grande problema se este casal inteligente tivesse trazido um mero guarda chuva para esta aventura em pleno inverno. Apesar disso, não nos impediu de visitar alguns dos locais mais famosos de Florença no final do dia.
Para jantar, fizemos uma descoberta de última hora de um restaurante com comida típica da Tuscania a preços acessíveis, incluindo o famoso bife de Florença (que acabamos por não experimentar, mas que tinha excelente aspeto). Já estávamos à porta da Ostaria dei Centopoveri às 19h e ainda bem que o fizemos porque rapidamente se percebeu que o restaurante é um dos preferidos da cidade. Essa preferência é totalmente justificada pela qualidade dos pratos.
Após uma noite bem dormida (apesar de um desastrado colega de quarto), lá nos dirigimos à cidade de novo. Os planos da manhã foram sabotados por um anúncio de roupa vintage em segunda mão toda a 1€ numa loja da Humana. Digamos que nesse dia andámos muito mais carregados do que estávamos à espera (até um livro de 2kg do National Geographic levámos para casa).
Acho que conseguem adivinhar onde recaiu a nossa escolha para o almoço… mais uma ida ao L’Antico Vinaio. Acabámos por experimentar as três sandes mais vendidas (La Boss, La Paradiso e La Beatrice) que valem todas a pena. À tarde, caminhámos até ao outro lado do rio Po para fazer uma visita rápida ao Pitti Palace e os Boboli Gardens. Fechámos o dia com uma subida à Piazzale Michelangelo onde fomos brindados com uma bonita panorâmica de Florença.
Regressados a casa, a ideia era aproveitar a folga de segunda-feira para descansar um pouco. No entanto, a nossa veia viajante levou nos a mais um passeio por Umbria. A meia hora de distância de carro, tínhamos Orvieto, uma pequena vila conhecida por uma majestosa catedral. Antes de sairmos do Valle Libera, pedimos ao Jordie uma recomendação de restaurante para almoçar e não podia ter sido melhor! Numa segunda-feira em que a vila parecia adormecida, entrámos no Mezza Luna onde deparámo-nos com uma pequena sala cheia de vida dos locais que lá almoçavam. Aqui comemos, sem qualquer sombra de dúvida, a melhor carbonara da nossa vida. Mamma mia 🤌
Com a barriga cheia, vagueámos pelas ruas de Orvieto. Pelo meio, uma loja de bugigangas aparentemente abandonada chamou-nos a atenção. Pertencia a um enigmático “Il Magico de Oz”. Não resistimos em tirar uma foto a montra e nisto, um senhor aborda-nos e apresenta se como sendo o dono da loja. O próprio “Il Magico de Oz”! Ele abre nos a loja ao lado e de repente, parecia que estávamos numa casa do mundo do Harry Potter com brinquedos que reagiam a palmas e outros gestos. Quando saímos, ficámos com a sensação de que tínhamos tido uma alucinação conjunta, sem saber se tinha sido realidade.
Não fomos embora sem confirmar a beleza da catedral de Orvieto, que rivaliza com as maiores de Itália devido a fachada imensamente detalhada e bonita.
Apesar da chuva e de já ser tarde, quisemos visitar finalmente a Civita di Bagnoregio, uma atração que já estava no nosso radar desde que chegámos a Itália. É uma aldeia muito antiga, construida no topo de um rochedo que está exposto a forte erosão. Por este motivo, é conhecida por The Dying City. As vistas são incríveis de dia e de noite, tanto na ponte pedonal (que é o único possível acesso) como dentro da aldeia habitada por apenas 16 pessoas.
Assim encerrávamos este nosso fim de semana prolongado.
Ate à próxima!
Ricardo e Mar