Começamos agora a nossa segunda semana em Umbria mas falemos da primeira. Temos de admitir que não foi tão fácil como imaginámos e ainda antes de partirmos para um fim de semana em Roma, tivemos de lidar com uma situação que não antecipávamos de todo…
Na segunda-feira, fomos introduzidos ao trabalho exigente que teríamos pela frente: plantar cerca de 800 árvores distribuidas por 3 terrenos e destinadas à cultura de trufa. Quem nos conhece sabe que não somos nenhuns profissionais da área da agricultura. Para sermos sinceros, o nosso conhecimento é praticamente nulo. A cultura de trufa não é algo que se veja a ser praticado em muitos sítios e pelo que percebemos, é algo que tem surgido em tempos recentes. Basicamente, a ideia passa por plantar árvores nas quais “infiltrámos” o fungo das trufas nas raizes.
O que é que isto significa concretamente a nível de tarefas para nós? Primeiro, limpar uma pequena área em redor dos postes onde vão ser plantadas as árvores (isto porque o solo está cheio de pedras, o que dificulta cavar qualquer bocado que seja). Segundo, cavar um buraco de cerca de 20cm e revolver um pouco a terra em redor. De seguida, plantar as pequenas árvores sem esquecer de lhes verter “infusão de trufa”. Os últimos passos são montar um abrigo para a árvore e depois fazer um monte de terra a protegê-la.
Nenhuma destas tarefas pode ser considerada fácil a nivel fisico: o terreno é inclinado, as temperaturas chegam a ser negativas durante a noite e não muito mais altas no inicio da manha, o solo está coberto de pedras, lamacento e em partes congelado. Para quem vem de dias passados sentados no escritório, esta vida acaba por ser um choque e o corpo rapidamente começa ressentir com dores nas costas, mãos calejadas e um cansaço geral acumulado. Ainda para mais, segunda-feira acabou por ser um dia de trabalho inteiro (em vez das normais 4 horas diárias), consistindo num choque ainda maior para nós. No entanto, isso significou também que teríamos a sexta-feira livre, prolongando o nosso fim-de-semana em Roma.
Ora, ainda antes de Roma… Quando idealizámos esta sabática, já sabiamos que iríamos experienciar diferentes e intensas emoções mas passar por um processo de luto não estava na nossa lista… Rocco, um cão que rapidamente nos conquistou e que era uma promessa de companhia para o próximo mês, deixou-nos tão rapidamente como apareceu nas nossas vidas.
É verdade que nem uma semana passou desde que o conhecemos mas também é verdade que durante estes poucos dias temos vivido nesta casa como se fossemos família ha mais tempo que isso. Por essa razão, esta perda também nos afetou com tanta intensidade. Foi dificil não poder fazer nada para ajudar o Rocco e não conseguir arranjar palavras para confortar o Jordie e a Jasmine. Queremos acreditar que depois de uma boa vida aqui na quinta, ele descansa agora em paz. Por muito cliché que seja este pensamento, que seja uma lembrança do quão frágil pode ser a vida, que tudo pode mudar de um dia para o outro e que mais vale aproveitar ao máximo enquanto andamos por aqui.
Riposino in pace, Rocco ❤️